“Não devemos perder tempo com coisas idiotas”, diz o supervisor do necrotério em Epitáfio (2007), filme de terror exibido pelo FIC na Mostra da Coréia do Sul. É claro que a maioria dos filmes pareceria uma perda de tempo logo depois do documentário sobre a inspiradora vida de Andrei Tarkovski. Epitáfio conseguiu ser pior do que isso, porém. E olha que não deveria ser bem assim.
A morte é encarada de maneira curiosa – e bastante poética – no Extremo Oriente. Uma recente manifestação artística dessa atitude é o comovente drama japonês A Partida (Okuribito, 2008), merecido vencedor do último Oscar de Filme em Língua Estrangeira.
Filmes de terror orientais, cada vez mais comuns, constituem outro exemplo. Alguns são muito bons. Não é o caso de Epitáfio. Se ele chega a provocar calafrios, sua banalidade é ainda mais assustadora.
A estória começa no fim da década de 70, mas volta no tempo, à Coréia ocupada pelos japoneses durante a Segunda Guerra. E, pelo que vemos na tela, existem horrores mais terríveis do que a Guerra. Esse é um filme confuso, que mistura fantasmas e psicanálise, além de tratar de um misterioso serial killer. O aterrorizante som agudo de uma flauta anuncia o terror, que se situa no contraste entre branco e vermelho. Os estreantes irmãos Jeong carecem de imaginação, especialmente em suas risíveis referências a Psicose (1960), de Alfred Hitchcok.
De todo modo, se alguém quiser pagar para ver, o filme ainda será exibido nos seguintes dias e horários:
no domingo, dia 8 de novembro – 21:30 – sala V da Academia de Tênis;
e na quinta, dia 12 – 18:00 – sala X da Academia de Tênis
– Túlio Sousa Borges, colunista de cinema do Portal Brasil
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